Olá pessoal! No nosso último artigo, no qual falamos sobre Automação Comercial, nós mencionamos vários exemplos de como a tecnologia está nos envolvendo no dia a dia, especificamente em estabelecimentos comerciais. Em um dos exemplos, foi mencionado o sistema de cobrança automática, o qual vem sendo muito utilizado em pedágios e estacionamentos de shoppings e aeroportos. Como foi prometido, hoje nós vamos começar a apresentar uma série de artigos sobre a tecnologia responsável por este sistema e que também vem sendo utilizada em muitos outros contextos e ganhando muito destaque na área da Automação: a RFID – Identificação por Radiofrequência (Radiofrequency Identification).
O QUE É A RFID?
A RFID é uma tecnologia que, através da frequência de rádio, captura informações de pessoas e objetos armazenadas em microchips. Essa tecnologia pode ser comparada ao código de barras, mas em vez de barras, a RFID utiliza as chamadas tags (etiquetas em inglês) contendo as informações a serem identificadas.
Além disso, para fazer a identificação, o sistema de código de barras utiliza um feixe de luz e a RFID utiliza ondas eletromagnéticas, tornando desnecessário um campo visual para fazer a leitura.
E O QUE SÃO ONDAS ELETROMAGNÉTICAS?
Bem, as ondas em si são perturbações que se propagam através de um meio (sólido, líquido, ou gasoso). Por exemplo, ao jogar uma pedra em um lago, você poderá ver a propagação das ondas na água.
Esse foi um exemplo de onda mecânica, mas aqui estamos falando de ondas eletromagnéticas, as quais podem se propagar não apenas em um meio, mas também no vácuo do espaço. Essas ondas são também chamadas de ondas de radiofrequência ou, simplesmente, ondas de rádio. São geradas na natureza por raios ou objetos astronômicos, mas podem também ser geradas artificialmente para que elas permitam a transmissão de programas de rádio, televisão, comunicação por celular, internet sem fio etc., através do uso de antenas.
HISTÓRICO
Quem primeiro estudou as ondas eletromagnéticas foi James Clerk Maxwell, em 1865. Através de suas observações, ele propôs que ao associar vibrações de campos elétricos e de campos magnéticos, seria possível formar ondas eletromagnéticas. Em 1887, o alemão Heinrich Hertz colocou em prática a teoria de Maxwell e gerou tais ondas experimentalmente em seu laboratório. A partir daí, essas ondas começaram a ser muito utilizadas para transmitir informações pelo espaço, sem a necessidade de fios.
A tecnologia da qual estamos falando aqui, a Identificação por Radiofrequência (RFID), faz uso dessas ondas para capturar e identificar determinadas informações. Ela foi descoberta pelo físico escocês Robert Alexander Watson-Watt, em 1935 (NEMOTO, 2009). De acordo com Landt (2005), no início do século 20, houve um significativo desenvolvimento tecnológico com o advento do radar, sendo utilizado durante a Segunda Guerra Mundial para detectar e localizar objetos, determinando sua posição e velocidade, através do reflexo das ondas de rádio. Segundo Want (2006), os britânicos empregaram os princípios da RFID na guerra para identificar seus aviões, de forma a reconhecer os aliados e os inimigos.
Muitos estudos foram realizados nas décadas seguintes em torno das ondas eletromagnéticas, havendo notáveis avanços. Na década de 1990, foram feitos testes na rede de supermercados Wal-Mart, com o objetivo de utilizar a tecnologia RFID em seus produtos, substituindo o código de barras (ROBERTI, 2003).
Além do Wal-Mart, a Tesco e o Departamento de Defesa dos Estados Unidos (DOD – Department of Defense), são também organizações pioneiras na adoção da RFID em larga escala (WANT, 2006).
Muitas empresas, de diversas áreas, têm se interessado pela tecnologia RFID e, com seu visível progresso, cada vez mais engenheiros têm trabalhado em seu desenvolvimento e, aparentemente, este progresso tende a continuar.
Para que este texto não fique muito extenso, ficamos por aqui. Mas não se preocupe, pois no próximo artigo, você irá compreender como esta tecnologia funciona e, mais especificamente, como ela é utilizada no sistema de cobrança automática de pedágios. Até lá!
REFERÊNCIAS
LANDT, J. The history of RFID. IEEE Potentials. v24, p8-11, 2005. Disponível em: <http://autoid.mit.edu/pickup/RFID_Papers/008.pdf>. Acesso em: 02 mar. 2011.
NEMOTO, M.C.M.O. Inovação tecnológica: um estudo exploratório de adoção do RFID (Identificação por Radiofrequência) e redes de inovação internacional. 2009. 156p. Tese (Doutorado em Administração) – Departamento de Administração da Faculdade de Economia, Administração e Ciências Contábeis, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.
ROBERTI, M. The value of good information. RFID Journal. 2003. Disponível em: <http://www.rfidjournal.com/article/view/677>. Acesso em: 07 mar. 2011.
WANT, R. An introduction to RFID technology. Pervasive Computing. v5, n1, p25-33, 2006.